terça-feira, 21 de abril de 2009

Medicina Tradicional Chinesa

Fígado, órgão regulador das emoções, explica doenças psicossomáticas
por Jou Eel Jia
Pela MTC o fígado é o órgão que regula as emoções. É o órgão associado ao subconsciente e à região do hipocampo (sistema límbico) que administra as emoções e a oscilação de energia, que traz a oscilação de humor. Por isso, as pessoas com hepatite ficam prostradas. Assim, o fígado tem essa função de nos impulsionar para as nossas conquistas – estresse positivo - como também o oposto: amargura e mágoa. Segundo a MTC, a raiva não exteriorizada pode se transformar em amargura. Dessa forma, pessoas que não conseguem colocar suas emoções para fora ou administrá-las tornam se sensíveis às influências do meio externo. Esse estado de estresse leva à oscilação de humor e das emoções. Por isso, apaziguar o Ch'i do fígado (energia do fígado) é de vital importância para uma vida harmoniosa. Uma estagnação do Ch’i do fígado provoca cinco tipos de distúrbios:
1. Sensação de falta de ar, de peito fechado
2. Labilidade (instabilidade) emocional e crises de choro
3. Alterações gástricas e intestinais: gastrite, esofagite, refluxo e síndrome do cólon irritável
4. Nó na garganta que provoca disfunção da tiróide
5. Alterações do abdome inferior prostatismo (de próstata) mioma no útero, ovário policístico, endometriose É assim que ocorre a somatização de doenças, por causa das descargas de emoções derramadas no organismo.
Vida saudável e disciplinada
É preciso mudar os hábitos estressantes e buscar uma vida saudável. Enfim... são aqueles procedimentos já muito comentados: ter uma alimentação saudável com pratos coloridos, ingestão de fibras, tomar dois litros de água por dia, fazer cinco refeições ao dia, ter uma boa noite de sono, fazer atividade física, meditar, vigiar os pensamentos, viver no momento presente (o dia de hoje), dedicar-se aos amigos, lazer, família, namorar...
Evitar
Drogas, cigarro, álcool, excesso de trabalho, sedentarismo, alimentos não saudáveis: embutidos, alimentação muito gordurosa, excesso de sal, açúcar...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O corpo fala

Compreender e expressar nossas emoções é o primeiro passo para prevenir enxaqueca, dor nas costas, alergias e outras doenças. A cura está em entender as mensagens do corpo e olhar para dentro de você mesmo. Algo que os orientais sabem há milênios só recentemente a medicina ocidental reconheceu: os males que afetam o corpo também têm raízes nas emoções e no estado de espírito. "Nosso corpo é formado de matéria e energia. As doenças se instalam quando o fluxo de energia está desequilibrado, e as causas são tanto externas quanto internas", explica Mauro Perini, ginecologista e especialista em medicina tradicional chinesa, de São Paulo. Portanto, não são apenas os vírus, os maus hábitos alimentares e o abuso de álcool e fumo que prejudicam a saúde mas também a tristeza, o desânimo e a raiva. Para entender como os sentimentos negativos podem se transformar em algo tão pesado e até desencadear doenças, é possível compará-los à chuva. A princípio, há apenas uma certa umidade no ar - que corresponde, no ser humano, a sentimentos que incomodam sem que se perceba. A umidade começa a se condensar em nuvens leves - idéias, pensamentos e emoções já perceptíveis, mas ainda pouco consistentes. As nuvens se adensam até se transformar em chuva (sentimentos negativos, como ressentimentos e tensões), que cai sobre o solo - nosso corpo. Quanto mais forte a chuva, mais problemas ela é capaz de provocar. A comparação está no livro francês Dis-Moi Où Tu As Mal, Je Te Dirai Pourquoi (Diga-Me Onde Dói e Eu Direi Por Quê), de Michel Odoul (ed. Albin Michel, inédito no Brasil).
Antes da chuva
O organismo dá sinais que evidenciam o problema antes que ele se manifeste. "Percebê-los nem sempre é fácil, pois exige olhar para dentro de si", afirma Susana de Albuquerque Lins Serino, médica e psicoterapeuta que trabalha com psicossomática (o estudo das influências psíquicas nos problemas orgânicos), de São Paulo. Muitas vezes, basta notar as pequenas contrariedades do dia-a-dia para descobrir o que não vai bem. "Se alguém apressado bate o joelho em uma cadeira e não pára para pensar por que vive distraído a ponto de não ver onde pisa, vai se machucar o tempo todo", exemplifica Susana. "Se não damos atenção à dor de cabeça, ao cansaço, à irritação permanente, o problema vai sempre seguindo adiante até que, a certa altura, o corpo trava." O estado emocional fragilizado pode até abrir espaço para ataques de agentes externos, como vírus e bactérias. O médico Mauro Perini dá o exemplo da tuberculose: "Atualmente, apesar dos antibióticos e das vacinas, a doença, que estava controlada, volta a crescer, exatamente quando vivemos uma época de desemprego, fome e guerras. A tristeza enfraquece o pulmão, e um órgão fraco não consegue se defender".
Chave da cura
Seja qual for o problema, ele geralmente exige um mergulho em nossa sombra, no lado escuro, que nos recusamos a encarar. Se o mal-estar tem uma causa interna e profunda, o restabelecimento só virá quando a questão for resolvida. "Não existe cura se não tentarmos identificar dentro de nós o que está errado e lutar para resolver o problema", ressalta a terapeuta Susana Serino. "Ficar doente é uma oportunidade de conhecer e encontrar nossa própria capacidade de cura", conclui. Saiba como funcionam as relações entre as partes do corpo, os sentimentos e as doenças mais comuns, segundo o psicoterapeuta alemão Rüdiger Dahlke, autor dos livros A Doença como Linguagem da Alma e A Doença como Símbolo - Pequena Enciclopédia de Psicossomática (ambos da ed. Cultrix).

Texto: Ana Ban